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Grande evasão ou grande atração: A escolha é sua.
Publicado em 30/12/2022

Grande evasão ou grande atração: A escolha é sua.

Grande Evasão ou Grande Atração: a escolha é sua

23 de dezembro de 2022

 

Expectativas profissionais cada vez mais altas são um desafio ou uma oportunidade? Cerca de um terço da força de trabalho brasileira considera deixar seus empregos nos próximos 3 a 6 meses; pouca chance de desenvolvimento e remuneração inadequada são os principais motivos, mas flexibilidade, segurança e propósito também se destacam

Desde a pandemia, as relações de trabalho nunca mais foram as mesmas. Após meses a fio de alta pressão, incerteza, taxas crescentes de burnout e múltiplas jornadas concomitantes, a força de trabalho está mais consciente do que é sustentável e do que não é para equilibrar vida pessoal e vida profissional. O resultado são expectativas mais altas – hoje as pessoas esperam por melhores condições de evolução na carreira, mais oportunidades de desenvolvimento, flexibilidade, segurança psicológica e propósito. Além disso, alguns segmentos têm atraído mais pessoas e criado novas oportunidades para os talentos, principalmente com capacidades digitais, analíticas e de tecnologia. Com novos anseios, os líderes também vão precisar mudar de perspectiva e encontrar novos paradigmas.

Uma tendência global

Dois movimentos têm ganhado força no mundo do trabalho pós-pandemia, principalmente nos EUA e na Europa. O primeiro é chamado de grande evasão – um número crescente de pessoas que pede demissão mesmo sem ter um segundo emprego em vista; quando a demissão não é uma opção, muitos recorrem ao segundo movimento, chamado de desistência silenciosa, que tem se repercutido principalmente entre os jovens – fazer apenas o mínimo necessário para manter sua função.

O estudo global da McKinsey, “Grande Evasão ou Grande Atração: a escolha é sua”, referência sobre o tema nos EUA e na Europa, mostra que a reavaliação da vida profissional é profunda e generalizada: 71% das pessoas estão considerando funções não tradicionais e 48% pensam em mudar de área. O trabalho híbrido também abriu o leque de possibilidades para trabalhadores de certas indústrias, aumentando a concorrência. Muitas empresas têm adotado uma postura de presumir que sabem o que seus colaboradores desejam, mas os dados mostram que existe uma grande incompatibilidade entre a perspectiva dos líderes e a dos funcionários.

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Particularidades brasileiras

Para aqueles que se perguntam se faz sentido discutir tais tendências no Brasil, onde 65 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho, a taxa de desemprego bate os 10% e 30% dos jovens não têm emprego formal, os dados trazem um panorama surpreendente. A pesquisa da McKinsey, focada em médias e grandes empresas, mostra que cerca de um terço da força de trabalho brasileira considera deixar seus empregos nos próximos 3 a 6 meses, motivada principalmente pela falta de oportunidades de desenvolvimento e por uma remuneração inadequada. Esse movimento pode gerar um impacto de 10 a 15% sobre as receitas das empresas decorrente de custos de recrutamento, desenvolvimento e perda de produtividade.

A tendência afeta diversos grupos de modo bastante diferente. Os dados sobre a evasão brasileira indicam que, entre aqueles que têm um emprego em tempo integral, os jovens entre 18 e 35 anos têm uma probabilidade de saída 40% mais alta – quando ocupam cargos de liderança, essa probabilidade é ainda maior, chegando a +120%.

Quadro 1

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No extremo oposto, as mulheres brasileiras em posições de liderança se mostraram mais propensas a permanecer em seus empregos atuais – elas têm probabilidades de saída 40% menores do que os homens, uma diferença que também foi observada globalmente.

Quadro 2

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Os vários setores da economia também enfrentam desafios díspares: em serviços financeiros, 38% da força de trabalho considera deixar seus empregos; em educação, este percentual é de 35%; em energia/materiais básicos e varejo, os percentuais giram em torno de 30%. Serviços financeiros, educação e varejo são setores altamente afetados pela pandemia, o que pode oferecer uma explicação aos percentuais elevados. Os setores de energia e materiais básicos – que exigiram de muitos de seus colaboradores que mantivessem o trabalho presencial durante a pandemia – podem estar enfrentando novas expectativas sobre impacto ambiental, trabalho híbrido e diversidade. Já nos setores mais fortemente envolvidos com tecnologia, como mídia e telecomunicações, as probabilidades de saída são consideravelmente menores que a média, batendo os 23%.

Quadro 3

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E por que as pessoas deixariam seus empregos? Os principais fatores que motivam a saída são ausência de desenvolvimento na carreira e remuneração inadequada. Mais de metade dos trabalhadores brasileiros consideram a falta de progressão de carreira como a principal razão para sair de um emprego; a remuneração inadequada vem logo na sequência, seguida por líderes não inspiradores, falta de trabalho significativo e falta de flexibilidade no local de trabalho. A situação é alarmante, pois 57% dos brasileiros que estão dispostos a sair do trabalho atual o fariam sem necessariamente ter outro trabalho em vista – em linha com os percentuais observados no mundo.

Mas algumas diferenças entre Brasil e resto do mundo saltam aos olhos. Os números no Brasil são menores – nos EUA e na Europa, o percentual de empregados em tempo integral que considera deixar seus empregos chega a 40%, e a remuneração tem menor importância; no Brasil, desenvolvimento de carreira e remuneração são igualmente importantes para 50% dos que pensam em sair. Mas também observamos pesos diferentes para a remuneração entre as regiões brasileiras. No Sudeste, a remuneração não está entre os três principais motivos para pedidos de demissão; já nas demais regiões, a remuneração é o principal motivo.

Quadro 4

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Para entender o que os funcionários têm em mente quando pensam em desenvolvimento e progressão na carreira, a pesquisa apresentou uma série de possibilidades aos respondentes. Ficou claro que os vários fatores têm pesos distintos para diferentes grupos, mas é maior para as mulheres do que para a média geral, conforme mostra o gráfico abaixo.

Quadro 5

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O tema da flexibilidade, que ficou em terceiro lugar de importância para definir a permanência no cargo, consiste em uma série de opções que, mais uma vez, são mais valorizadas pelas mulheres.

Quadro 6

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O que fazer

Para endereçar este desafio, é preciso antes de tudo reconhecê-lo. Metade das empresas brasileiras afirma não possuir os talentos certos para alcançar seus objetivos estratégicos para os próximos 5 anos – e com as expectativas mais altas, será preciso oferecer as vantagens certas para conseguir atrair esses talentos. A boa notícia é que, atualmente, o CHRO é pelo menos duas vezes mais influente do que quatro anos atrás e consegue dedicar mais tempo a atividades e decisões estratégicas. Desenvolver pessoas é a principal prioridade das empresas para os próximos 3 anos. Ou seja, a aspiração e o foco estão afinados. Agora, o desafio é agir.

O primeiro passo essencial é ouvir – a pesquisa da McKinsey identificou uma desconexão aguda entre empregadores e empregados.

Essa escuta depende de um espaço seguro para a força de trabalho expressar seus medos e anseios. A partir das respostas obtidas, líderes devem repensar a jornada do colaborador e podem se guiar por algumas perguntas de referência:

1.                  Estamos reconhecendo nossos colaboradores de forma adequada?

2.                  Os funcionários querem planos de carreira e oportunidades de desenvolvimento, podemos fornecer?

3.                  Nosso ambiente de trabalho é transacional? Como estamos construindo nosso senso de propósito?

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Talent Win Rooms, um modelo ágil vencedor

Finalmente, não podemos deixar de destacar o papel das lideranças. Em períodos de mudança, complexidade e incerteza, a reação natural é recorrer à experiência prévia e ao que já foi testado e aprovado. Mas com tantas novas expectativas no mundo do trabalho, as soluções anteriores podem não ser as mais adequadas, e apegar-se neste momento aos padrões reconhecidos pode atrapalhar mais do que ajudar.

Se líderes e organizações reconhecerem agora que o mundo do trabalho está em transformação e que, portanto, empresas e lideranças também precisam mudar, terão diante de si uma oportunidade única para fazer deste desafio uma grande oportunidade. Uma frase de Ayrton Senna traz a metáfora perfeita para esse momento de mudança de paradigma: “Você não consegue ultrapassar 15 carros com um tempo ensolarado, mas quando está chovendo, você consegue”. Enquanto todos estão com medo e pisando no freio, é hora de lembrar do essencial que nos motiva, o que nos faz amar o que fazemos. E acelerar.

Sobre o(s) autor(es)

Fernanda Mayol é sócia da McKinsey & Company no escritório do Rio de Janeiro e líder da Prática de Pessoas e Organizações no Brasil; Rami Goldfajn é sócio sênior da McKinsey & Company no escritório de São Paulo e líder da Prática de Pessoas e Organizações na América Latina; Tatiana Sasson é sócia associada no escritório da McKinsey & Company no Rio de Janeiro.

Os autores agradecem a colaboração de Camila Schipper, Ursula Lehnert e Marcela Boffelli.

Para saber mais sobre a pesquisa, assista ao McKinsey Talks com Fernanda Mayol e Bill Schaninger: https://www.youtube.com/watch?v=xkUw_4p0JLk

Fonte: https://www.mckinsey.com.br/our-insights/all-insights/brasil-grande-evasao-ou-grande-atracao


 

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